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Idade deles, que a princípio chama a atenção, é apenas um detalhe da
história de vida do casal que se conheceu há pouco mais de um ano
RIO — Como de praxe, a cerimônia atrasou meia hora, para a ansiedade do
noivo. Elegante, num vestido verde, bordado com detalhes prata, e com um buquê
de rosas nas mãos, Sebastiana Magalhães da Cruz, de 79 anos, caminhou até o
encontro de José Everaldo Silva, de 72, levada pelo irmão. A idade dos noivos,
que a princípio chama a atenção, é apenas um detalhe da história de vida do
casal que se conheceu há pouco mais de um ano e, após um breve noivado,
resolveu se casar. A cerimonia foi ontem, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário,
no Leme, acompanhada por parentes e amigos.
Os dois se conheceram em agosto de 2011, na Casa de Convivência e Lazer
Dercy Gonçalves, na Lagoa, onde buscaram ajuda por razões diferentes, mas com
algumas semelhanças. José Everaldo chegou ao local por conselho de uma amiga:
ele estava em depressão, após ficar viúvo de um casamento de 40 anos.
Sebastiana também frequentava o espaço, da Secretaria municipal Especial de
Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, para tentar vencer uma depressão,
mas provocada por um AVC, que a deixou em coma durante três meses.
Na aula de canto, Sebastiana conheceu José, que toca gaita, surdo e
percussão. Os dois logo se apaixonaram e, há três semanas, ficaram noivos,
novidade anunciada na série “Retratos da Terceira Idade”, publicada pelo GLOBO
em setembro. O apartamento, em Copacabana, já está montado.
— Já gastamos muito com o casamento. Vamos, agora, curtir a casa nova —
resumiu a noiva no fim da cerimônia.
Antes, porém, o noivo roubou a cena. Quebrando o protocolo, José
Everaldo mal conseguiu esperar a salva de palmas, puxada pelo padre, para dar o
beijo na noiva. E depois não parou mais.
Fonte: O Globo

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